A pesca, a sua transformação e a sua venda foram as atividades principais da população nazarena, porém, a pesca era uma atividade dura e perigosa, que leva muitos pescadores a procurarem outro estilo de vida. No início da década de oitenta, com construção do Porto de Pesca e Recreio, a vida dos pescadores alterou para melhor, iniciando uma nova fase da vida quotidiana da vila, transformando-se numa tradição. Atualmente, a Nazaré é conhecida internacionalmente devido às suas características para a prática de surf, sendo que a maior onda do mundo fora surfada na Nazaré.
Património Edificado
Igreja da Misericórdia – em Pederneira, no Largo da Misericórdia, encontra-se esta igreja de finais do século XVII, que atualmente é classificada como Imóvel de Interesse Público. Esta tem uma fachada do barroco clássico tardio, e no seu interior é composto por uma nave, sem capela-mor, e coberto por uma falsa abóbada de madeira, em formato de arco abatido. Ainda preserva do antigo templo, do lado da Epístola a tribuna da Irmandade, composta por cinco colunas jónicas apoiam o entablamento clássico de mármore.
Forte de S. Miguel Arcanjo – no Promontório do Sítio, este foi mandado construir por Sebastião, em 1577. A sua fortaleza visa a defensa dos ataques dos piratas argelinos, marroquinos e normandos. Em 1600, Filipe II ordenou reconstruir esta fortaleza, seguindo a planta do arquiteto florentino João Vicente Casale. Depois de restaurada a monarquia, D. João IV mandou remodelar e ampliar este forte, dispondo do traçado que atualmente conserva. Um monumento militar maneirista de defensa da sua costa, com uma planta longitudinal irregular, que vai ao encontro do promontório, onde se insere. Este tem um baluarte em cada interseção das muralhas grossas, várias vezes restauradas. Na porta de entrada, encontra-se sob um lintel, a imagem de São Miguel Arcanjo e a legenda “El-Rey Dom Joam, o Quarto – 1644”. Na primeira Invasão Francesa, este forte esteve ocupado por soldados franceses, que mais tarde foram expulsos pela população do Sítio e da Pederneira, este ato é símbolo da resistência popular. Desde o ano 1903, existe um Farol de auxílio à navegação, com um alcance luminoso de 15 milhas, completado pelo sinal sonoro de aviso de dias de nevoeiro intenso.
Paço Real – no Sítio, perto do Santuário de Nª Sª. da Nazaré, este foi fundado durante o reinado de D. João V, em 1718, e pela ordem de D. Nuno Álvares Pereira de Mello (1.º Duque do Cadaval), para acolher a família real e seus acompanhantes nas suas romarias à Virgem da Nazaré. Este ainda conserva na fachada principal alpendrada em colunas clássicas. Durante muitos anos, este albergou o Infantil da Confraria de Nª Sª. da Nazaré.
Ermida da Memória – perto do Miradouro do Suberco, onde reza a lenda que Nª Sª. da Nazaré salvou a vida a D. Fuas Roupinho, em 1182, fazendo ergue esta ermida em agradecimento. Com uma arquitetura simples, esta era aberta em quatro arcos, que no século XIV foram fechados. Na sua porta de entrada encontra-se um painel de azulejos com o escudo português e por cima, ao mesmo nível do telhado, coberto de azulejaria, vê-se uma figura em pedra calcária, do século XIV, de D. Fuas Roupinho na gruta com os seus companheiros, orando à Senhora.
Padrão – no ano de 1939, foi colocado no Sítio da Nazaré, junto do Bico da Memória e da Ermida, este visa a comemoração da vinda do Almirante Vasco da Gama à Nazaré. Segundo a tradição, este navegador, antes do seu grande feito, deslocou-se até à Senhora da Nazaré, a quem invocou a sua proteção, trocando a sua corrente de ouro pelo colar de contas da Virgem. Que na passagem do Cabo das Tormentas, quando se levantou um grande temporal, o Almirante atirou seu colar às águas, que logo se acalmaram. Aquando o seu regresso, D. Vasco da Gama deslocou-se ao Sítio da Nazaré, como romeiro, para agradecer à Virgem e oferecendo-lhe um manto.
Santuário de Nª Sª da Nazaré – no ano de 1377, o Rei D. Fernando ordenou a construção da igreja primitiva, onde albergou grande número de peregrinos em visita à Senhora da Nazaré, tornando-se, assim, o mais importante e antigo Santuário Mariano português até ao início do século XX. Depois, nos reinados de D. João I, D. João II e D. Manuel, a igreja foi ampliada e melhorada. Este santuário é um grande edifício do final do século XVII, contendo duas altas torres sineiras de coruchéu, no estilo barroco, com uma ampla galeria alpendrada, em lioz, erguida a ordem de D. Manuel, para os romeiros puderem ser acolhidos. O seu interior é de uma nave, em formato de cruz latina e coberta por um teto de madeira. Do lado esquerdo na nave, encontra-se uma grande pintura que representa o milagre do aparecimento de Nossa Senhora da Nazaré a D. Fuas Roupinho.
Monumento à Mãe Nazarena – na Marginal da Nazaré, situado à frente do edifício da Antiga Lota, ou seja, ao Centro Cultural, este monumento faz tributo às mães, irmãs, mulheres e amigas que viram os seus entes queridos partirem para o mar, para ganharem o seu ganha-pão, muitas vezes nunca regressaram. Este de figura feminina acompanhada por duas crianças, e sobre a sua cabeça tem uma alegoria relacionada com o aspeto físico e alguns aspetos antropológicos e etnográficos da Nazaré. Tendo sido criado pelo escultor Celestino Alves André, este monumento foi inaugurado em 2005.
Monumento à Mulher Nazarena – localizado no Largo dos Cedros, este representa uma homenagem à mulher nazarena, sendo inaugurado a 9 de maio de 1998, e desenhado por Fernando Pedro. De forma circular de betão, intercala três proas com três figuras de nazarenas com o seu traje de trabalho. As suas proas encontram-se parcialmente cobertas com painéis de azulejos representativos do quotidiano da mulher da Nazaré.
Fonte da Vila – situado na estrada que interliga a Nazaré à Pederneira, esta fonte é oriunda dos séculos XVIII. Com um espaldar de três bicas e tanques ao nível do solo, de panos retilíneos, mexidos por volutas no topo.